quinta-feira, 26 de junho de 2014

Parabéns Querido Amigo

Um grande amigo faz hoje 28 anos.
É mesmo um grande amigo. É alguém que sei que vou poder contar para sempre.

Está longe e está distante. Não falamos muito, mas mesmo assim, gosto muito dele. Foi difícil encontrá-lo para lhe entregar o convite para o casamento, mas ele estava lá. E ultimamente é apenas em casamentos e pouco mais. Com muita pena minha.
Mas ele escolheu Lisboa para viver, encontrou por lá o Amor da vida dele e ainda por cima quase emigrou para Angola porque está por lá às 4 semanas e vem cá passar uns 5 dias de intervalo mas a trabalhar, e como é óbvio não vem ao Norte.

Partilhou a casa comigo e com o Miúdo em Barcelona, esteve connosco em todas as fases importantes da nossa vida académica e vivemos juntos momentos que não voltaremos a viver certamente. Era (e no fundo continua a ser) o filho que eu e o Miúdo tivemos nos primeiros momentos da nossa vida.

"Ricardo, levas alguma coisa para lanchar para a biblioteca?"

"Ricardo, vou começar a cozinhar por volta da 1h. Não apareças às 3h, ok?"

"Amanha é dia de irmos às compras, por isso, adianta as tuas coisas para teres disponibilidade para ires connosco"

E foi assim, não ficou para trás dia nenhum. E ele nunca nos deixou para trás em vez alguma.
É engraçado que ele é o filho que eu e o Miúdo adoptamos (e ele é mais velho que nós uns meses) e ele trata-me como se fosse meu pai.

"Já estudaste?"

"Não vais às aulas? Depois não venhas pedir apontamentos porque sabes que não te vou ajudar se não te esforçares"

"Já te empenhaste na tua tese? Olha que depois de casares vais ficar mais difícil de teres tempo..."

Era mais ou menos isto.

Tenho saudades tuas querido Ricardo.


É uma pena que não possam ver a cara dele. Esta foi das primeiras fotos que tiramos em Barcelona, naquela altura em que não nos cabia um feijoeiro no cu, sabem? Chegamos a uma cidade em que, ficando alojados para o interior 20 km, onde a presença de estrangeiros era reduzida, e que se falava apenas o catalão, não percebíamos nada dos que se dizia, informaram-nos que as aulas poderia ser todas dadas em catalão, tivemos que pagar uma fiança de 170 euros cada um pela casa (que nos deixou a todos meios tesos), não tínhamos pratos, talheres, panelas nem mesmo um edredão, estávamos assustados porque era tudo demasiado grande, e ainda por cima, ficamos todos em casas (e quartos) partilhadas com estranhos, sendo que a mim calharam 3 catalãs muito porcas e badalhocas que traziam consigo uma pia de louça até ao tecto e um fogão encardido que dava tanto nojo como uma sanita publica toda mijada, ao Miúdo saiu um japonês verme que não sabia falar inglês (mas estudava tradução) que tinha toda uma desarrumação no quarto, toalhas de banho que serviam de lençóis e um cheiro horrível e ao Ricardo 3 catalães que fumavam tanta, mas tanta erva que cada vez que lá entravamos ficávamos com moca só do fumo que rondava na casa e que despertou medo de trazer uma mala na Pascoa a PT pelo cheiro que ela apanhou.

A cara dele nas primeiras fotos, e a nossa por solidariedade, traduziam esta angustia.

Os primeiro dias foram difíceis. Valeu-nos termos uns aos outros.

Depois da Páscoa, conseguimos um estúdio para nós os 3! Alegria!

Parabéns!

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