quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Recado na Caderneta

O meu primo mais novo, o N. está agora no 5º ano e tem 10 anos. Sempre foi um aluno exemplar mas bastante demais comunicativo. Era o menino que tirava Excelente quase sempre e muito raramente um Satisfaz Bastante. A verdade é que a professora explicava um vez, e ele, sem grande atenção captava e retia a ideia. Depois, começava a conversar com os outros meninos e distraia-os.

Agora no 5º ano, quando a disciplina aperta mais um bocadinho, já trouxe 2 recados na caderneta e a minha tia já foi congratulada com um telefonema da diretora de turma. Tudo isto em 2 semanas! Claro, fechasses a matraca!

Eu percebo que toda esta adaptação pode estar a ser difícil para o N. porque ele fala mesmo muito. Além disso, é um rapaz bastante precoce. Com 10 anos está já na fase da puberdade, com mais de 1,60 m que é a minha altura e já me passa as canetas, com 60 Kg, calça o 42, espinhas e pontos negros na cara, voz que esganiça de vez em quando porque está em fase de transição e aprendeu a responder aos pais como se fosse um galo ourado. Para complicar, mais nenhum menino está a passar por este fase na turma dele ou no grupo de amigos. Todos os outros meninos ainda mal podem com a mochila às costas. No caso do N. fica estranho ver um rapaz daquele tamanho com uma mochila do Cars.

Ok! Compreendo tudo isto!

Mas 2 recados e um telefonema da diretora de turma em 2 semanas?
A única vez que trouxe um recado na caderneta, cheguei a casa e comecei assim a conversa com a minha mãe "Mãe, trouxe um recado na caderneta, mas...". E acabou aqui a conversa porque levei uma lamparina de imediato, daquelas que, quando se está no 7º ano doí mais na alma que no corpo. E o que queria explicar à minha mãe era que tinha sido uma recado coletivo, cópia para todos e que daquela vez e talvez a única eu não estava a conversar.

A minha tia o que fez?
"Entre estes três castigos, escolhes um:
-Não vais à Terra dos Sonhos com o teu amigo V.H.
-Não vais mais para casa do V.H. e ele também não vem para cá até ao final do ano
-Não usas mais o computador até ao final do ano excepto ao Domingo que podes ir um bocadinho."

Vá, eu sei que os tempo são outros e bater não é solução para tudo ou melhor, para quase nada, mas continuo a achar que "na hora certa são como o pão" claro sendo sempre daquelas que sacode mais as moscas que outra coisa, mas que envergonha bastante quem a recebe. Além disso, se fosse meu filho, o castigo vinha no primeiro recado da caderneta. E depois, castigo é castigo. Escolher entre três castigos? E um deles tem um excepção?

Acho que "nem 8, nem 80".

Será que os tempos na educação dos filhos mudaram assim tanto? Se calhar mudaram e um dia ainda vou engolir tudo o que digo. (Espero bem que não, por tudo!)
A verdade é que disse tudo isto à minha tia e à frente do meu primo. Óbvio que ele observava-me com olhos de recruta na tropa e sem piar nem "arrebitar cachimbo".
Às vezes, um sermão também vale qualquer coisa.

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